Aconteceu na última semana, mais especificamente na sexta-feira (20) e no sábado (21), a edição 2025 da Poc Con, a maior feira LGBTQIAPN+ de Quadrinhos e Artes Gráficas do Brasil.
Neste ano, o evento foi realizado em um novo local: o espaçoso Centro de Eventos São Luís, localizado próximo às estações de metrô Paulista e Consolação. O novo lugar, além de permitir fácil acesso ao público, fez com que os artistas ficassem melhor distribuídos e os visitantes transitarem com tranquilidade.
”As filas [das mesas dos artistas] estão bem melhores. Antes não tinha espaço para as pessoas andarem de um lugar para outro, eles [organizadores] tinham que cortar as filas e agora essa filas estão mais orgânicas, sem as pessoas se batendo”, disse Maju Bengel (@majubengel), de Herald’s Song, em entrevista exclusiva ao Portal Falar de Webtoon. Outros artistas também gostaram do novo local. Não era difícil ouvir elogios como “o ambiente está excelente, o espaço está ótimo e climatizado” e “é um espaço bem maior, bem mais aconchegante.”
Na entrada, as filas também foram organizadas e se limitaram aos minutos que antecederam a abertura para o público, que lotou o espaço nos dois dias de evento.





Um espaço de acolhimento
“Eu sempre espero o melhor da Poc Con, porque esse é o melhor evento de todos”, afirmou Má Matiazi (@mamatiazi) em entrevista ao nosso portal e esse elogio da autora de The Abyss, elegendo o evento como a melhor feira para artistas e quadrinistas, ressoou por toda a Poc Con. Sasyk (@sasyk_), autor de Pillow Talks, também compartilhou do sentimento: “Estou presente desde a primeira edição e é meu evento favorito do ano.”
Os motivos são diversos, desde a organização e o espaço, mas o principal é o sentimento de acolhimento dentro de um espaço seguro e importante tanto para público quanto para os artistas expositores. Talvez o grande elogio à Poc Con por parte dos quadrinistas foi o quão bem recebidos eles se sentem no local. “Por todo mundo aqui ser LGBT e ser uma pessoa que é um pouco excluída, a gente tem muito olho no olho e compreensão mútua de ser um esquisito — aqui todo mundo é esquisito e isso é bom pra caramba”, definiu Má Matiazi.
Caio Yo (@caioyo), de Cósmico, falou também sobre esse acolhimento: “A Poc é um evento de comunidade, a gente se sente muito mais à vontade, muito mais próximo e isso se reflete na forma que o artista se envolve com o público.”
Outros autores inflamaram esse discurso do envolvimento com o público como o grande diferencial da feira. ”Às vezes, a gente vai em outras feiras, que até são maiores, só que aqui vendemos mais, porque é um público mais engajado”, disse Mia GB (@miagbr), autora de Q.U.E.E.R. ”É um público que se conecta com nossas obras e a importância da Poc Con é isso: é poder compartilhar as nossas artes com pessoas que se identificam, que se veem representadas nelas e fazer essa conexão, de poc para poc”, afirmou 4nju (@4njuart), de Sangue Doce.
Leia abaixo outros relatos de artistas sobre o evento:
”A Poc Con é um grande sonho pra mim. É a primeira vez que tô participando, mas só de pensar em poder reunir tantas pessoas LGBT num lugar só pra celebrar os quadrinhos… Eu amo fazer quadrinhos e poder ter um evento específico sobre isso é muito importante… É lindo, é lindo! A Poc Con é perfeita!” — Cora Ronron (@ronroncora), Maldição!!! e Herald’s Song.
”A Poc Con é um evento maravilhoso, com uma finalidade incrível de fomentar esse mercado. E aqui é o melhor lugar para eu estar retornando [aos eventos] para divulgar meu webtoon GL. O evento tá lindo, tá grande. É a primeira vez que venho pessoalmente e tá incrível!” — Bi Aguiart (@bi.aguiart), Krista.
”Todo mundo aqui já foi em outros eventos, mas aqui a gente sente uma tranquilidade, tira um peso para tratarmos de determinadas coisas [assuntos] sem ficar disfarçando, sem esconder alguma coisa para não causar nenhum tipo de problema.” — HET (@hetthepumpking), Sétimos Filhos e Herald’s Song.
Além dos mais de 180 artistas expositores, a Poc Con contou com a presença de grandes editoras do mercado. Dentre os destaques, estava a NewPOP, dona de diversos títulos impressos de webtoons, incluindo King’s Maker, escrito por Haga e com arte de Kan Jiyoung, que já poderia ser adquirido no local mesmo antes de seu lançamento oficial.
A MPEG também promoveu o lançamento físico de outros dois webtoons: Como Conquistar um Alfa (How to Snag an Alpha, em inglês), de Kim Nyeong; e O Ladrão de Mundos, um BL (Boys Love) nacional criado por Sayuritake, que participou de uma sessão de autógrafos no evento.
A Poc Con 2025 promoveu ainda diversos painéis em seu palco principal, desde concurso de cosplays, lip sync challenge e palestras sobre o mercado. Esta área do palco, inclusive, talvez seja o grande ponto de melhoria para o ano que vem, com um melhor isolamento acústico dela em relação a outras partes do evento. Ainda assim, o público pôde aproveitar todo o conteúdo e participar da bela homenagem ao artista Henrique Magalhães.
Ao fim, após mais uma edição bem sucedida, a Poc Con mostrou que é possível expandir sem perder a qualidade e o respeito ao público e aos artistas. Além de um ótimo espaço para conhecer e rever quadrinistas incríveis, o evento se coloca cada vez mais como um momento imperdível no calendário cultural da cidade de São Paulo, se provando como um dos eventos geeks mais importantes do ano.
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Os conteúdos gravados pelo Portal Falar de Webtoon na Poc Con serão lançados nos próximos dias em nossas redes sociais. Siga nosso Instagram e TikTok para conferir!